De laço nos tempos e chilena grande
Gaúcho liberto não tem quem lhe mande
Nào tem rumo certo e o pingo que ande
Na marcha troteada de estrada em estrada
E a minha morada é o céu do rio grande
Em cada fazenda dou uma chegada
Domo uma manada e saio de novo
Não vivo entre o povo porque sou arisco
Meu nome é corisco só isso e mais nada
O pingo que eu monto é um lindo tostado
Da crina cumprida por mim foi domado
Na estrada da vida nele eu vou montado
Conheço terreno a Lua e o sereno
Meu rosto é moreno do Sol é queimado
Saí pelos pampas ainda criança
Peguei confiança na minha coragem
Ando de viagem pra qualquer lugar
De um dia parar eu não tenho esperança
Rumo ao horizonte eu vou indo agora
Passando por outros que não vão embora
Onde estarei ao romper da aurora
Talvez me espera em uma tapera
Uma cobra uma fera e me mate na hora
Ou então talvez em uma fazenda
Me espera uma prenda que eu queira e me queira
Eu fecho a porteira no pé da cochilha
Teremos família e fim de carreira